sábado, 5 de maio de 2012


Tratamentos

·         Fisioterapia e terapia ocupacional
A fisioterapia permite o fortalecimento dos músculos periarticulares, sem aumentar os níveis de dor do paciente e sem provocar agravamento da doença. Além disso é uma prática muito útil para a perda de peso de pacientes obesos com o objectivo de diminuir o impacto do peso do corpo nas articulações e consequentemente reduzir os factores de risco de doença cardiovascular, desencadeados também pela artrite reumatóide.
A terapia ocupacional aplica talas de repouso que possibilitarão o descanso das articulações danificadas, uma vez que lhe providenciam um suporte anatómico e funcional, tendo em vista a diminuição a inflamação, o inchaço e a dor. Estas talas não podem ser utilizadas mais que 3 semanas porque perdem a sua característica medicinal e provocam um aumento de rigidez das articulações.

 
·         Aspirina ou AINE’s
     
Os anti-inflamatórios não esteróides e a aspirina tiveram e têm uma grande relevância na AR devido as suas capacidades analgésicas e anti-inflamatórias: eles reduzem a duração da rigidez matinal, diminuem o inchaço articular e baixam a sedimentação dos eritrócitos. Têm poucos efeitos secundários e quase podem ser aplicados à totalidade dos pacientes com AR.

·         Glucocorticóides
A descoberta dos Glucocorticóides, uma classe dos corticosteróides (no entanto muitas vezes designados por apenas corticosteróides) foi um progresso marcante no tratamento da AR. Os Glucocorticóides subdividem-se em Intra-articulares e sistémicos, os primeiros são administrados directamente nas articulações, este tipo só é eficaz quando poucas articulações são afectadas, e poupa os doentes da exposição à toxicidade acrescida dos glucocorticóides administrados por via oral, designados glucocorticóides sistémicos.
 Estes têm um efeito anti-inflamatório mais potente que o dos AINEs. Diminuem a mobilidade e actividade dos neutrófilos e macrófagos e secreção de citocinas. Inibem a acção dos linfócitos (CD5+; CD4+),assim como a sua capacidade de adesão a células endoteliais. Alguns estudos ainda demonstraram que as melhoras das articulações consequentes da utilização destes fármacos são detectáveis em radiografias.
· Anti-reumáticos modificadores da doença (ARMD)
Os ARMD ou mais conhecidos por DMAR’s (disease modifying antireumatic drugs) têm sido largamente utilizados no tratamento da AR, sobretudo em casos de diagnóstico precoce, tendo contribuído para um franco melhoramento da inflamação e destruição óssea.

ü  Metotrexato - suprime essencialmente o metabolismo do ácido fólico, em adição inibe a neovascularização, a actividade e aderência dos neutrófilos, a síntese de IL-1, IL-8 e TNF-α. é também considerado uma droga ancora porque pode ser conjugado facilmente com outros ARMD’s.

ü  Sulfassalazina - (ou salazosulfapyridine) impede várias funções dos linfócitos e leucócitos.
ü  Leflunamida – é uma droga imunossupressora, que suprime a proliferação e activação dos linfócitos T, suprime o mediador para a diferenciação dos osteoclastos (RANKL), suprime a produção de prostaglandina E2 e IL-6 e desencadeia a imuno-modelação

ü  Hidroxicloroquina – o seu mecanismo de acção não é muito claro, só se sabe que este fármaco entra nas células alvo através de vesiculas, à medida que a sua concentração aumenta induz um aumento do ph celular intervindo no processamento de proteínas auto-antigénicas, envolvidas na AR.

ü  Sais de ouro IM – podem ser administrados via oral, estes demonstraram reduzir linfócitos T, macrófagos e as suas as citocinas IL-1, IL-6 e TNF. Hipoteticamente, defende-se que os sais de ouro servem como substrato para os osteoclastos permitindo assim que haja reabsorção óssea. Uma vez interiorizados os sais de ouro são citotóxicos, inutilizando as células que os ingeriram.


Cada fármaco tem a sua toxicidade pelo que é necessária a educação do doente e monitorização. Quando utilizados em conjunto apresentam maior toxicidade.

·         Terapia biológica
ü  Agentes moduladores de TNFsão eficazes para controlar a AR em muitos doentes e podem reduzir a taxa de progressão para lesão articular radiográfica e diminuir a incapacidade de movimentos. No entanto, apresentam possibilidade de infecção grave e toxicidades únicas. O oposto do receptor de IL-1pode melhorar os sinais e sintomas de AR.
ü  Rituximab- é um anticorpo quimérico dirigido a CD20, que faz depleção das células B maduras, foi aceite para pacientes com AR que não tiveram êxito na terapia anti-TFN.
ü  Abatacept (CTLA4-Ig)- é um antigénio citotóxico humano dos linfócitos T e impede a activação das células T, pode ser administrado com ou sem metotrexano e, geralmente, destina-se a pessoas que não tiveram êxito na terapia anti-TFN ou têm contra-indicações para ela.

Esta terapia só tem uma contrapartida, o organismo dos pacientes pode desenvolver anticorpos contra os agentes biológicos, impedindo que estes desempenhem o seu objectivo, o que torna a terapia menos eficaz.

·        Cirurgia
Em casos de artrite reumatóide a cirurgia mais comum é a da "mão reumatóide". As cirurgias podem dividir-se em:
·         Profiláctica - Inclui a remoção de tecido sinovial inflamado antes que a hiperopia sinovial comprima os ligamentos que circundam as articulações ou invada os tendões ou destrua a cartilagem articular.
·         Terapêutica - Apenas é realizada quando já não é possível aplicar a profiláctica.


Tratamentos em desenvolvimento

·         Actualmente não existem agentes biológicos que possam ser administrados via oral, mas estão a emergir duas drogas que terão essa capacidade, o Tofacitinib e o Fostamatinib, o primeiro é um inibidor com função específica que inibe algumas kinases da família JAK, que tem um papel importante na indução da tradução da citocina envolvida na AR. O segundo é um inibidor da Syk kinase, que é uma kinase citoplasmática de tirosina que sinaliza e activa os receptores Fc gama nos macrófagos, neutrófilos e nos mastócitos. E leva a regulação da regulação de TFN-α, IL-6, contribuindo assim para a recuperação da AR.
·        Alotransplante- Os pacientes com AR são tratados como traumatológicos, que recebem um alotransplante associado a medicação imunossupressora,para assegurar que o enxerto sobrevirá. Os investigadores defendem que tal método é viável uma vez que a medicação de tratamento nos dois casos é muito semelhante, são utilizados em ambos drogas não esteróides, corticosteróides, metotrexano e anticorpos monoclonais.

Áreas de investigação para novos fármacos

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